segunda-feira, 6 de julho de 2009

CHAMADA PARA INSCRIÇÕES - FIL 2010

Em breve, no site do festival, a ficha de inscrição para as companhias que desejam se inscrever no FIL do ano que vem estará disponível.

domingo, 5 de julho de 2009

O Chaplin dos Malabares

No Teatro Nelson Rodrigues – Caixa Cultural -, a apresentação de circo contemporâneo do malabarista francês Jérôme Thomas foi acompanhada pelo músico Jean François Baëz. A dupla, que se apresenta junto há várias temporadas na França e em outros países, armada por apenas um acordeon e por malabares, encantou o público carioca com duas apresentações inesquecíveis tanto pela precisão técnica quanto pela criatividade poética dos malabares de Jean François. No espetáculo, mímica, dança, palhaçada, música, iluminação e espectadores funcionam em perfeita harmonia. Todos os objetos usados na grande “brincadeira” ganham vida e formas diferentes enquanto voam sob o controle impecável do artista. É garantido o fato de que, durante algum dos 60 minutos do show, a pergunta “Como ele faz isso?” pairou, pelo menos uma vez, na mente de todos os homens, de todas as mulheres, adultos e crianças da platéia. Quem viu essa, não quer perder nada do que virá ao FIL.

UN PETIT CHAPERON ROUGE - Uma chapeuzinho bem diferente

Ontem, no Teatro 1 do CCBB, a companhia francesa Chantier Théâtre apresentou seu espetáculo vencedor do prêmio “Molière” de 2006 - “UN PETIT CHAPERON ROUGE”. A atração é uma versão moderna de “A Chapeuzinho Vermelho”, mas as diferenças em relação ao clássico, que logo ficam claras aos olhos dos adultos e das crianças, são muitas. A principal delas é o fato da história não retratar uma chapeuzinho inocente – quase tola – que é enganada por um lobo vilão; na versao dos franceses, a chapeuzinho tem medo do lobo, mas também é atraída por ele. Os diálogos se dão, na maior parte da peça, através de danças, sustos e seduções, o que não torna a barreira linguística um entrave para a compreensão do público brasileiro. As crianças, completamente vidradas nas novas informações da historinha conhecida por elas desde praticamente o nascimento, não se assustam e nem choram – pelo contrario, interagem com os atores e dão asas a imaginação ao perceberem que a história sempre pode ser diferente. O espetáculo assinado por Florence Lavaud e magnificamente encenado por Xavier Bermudez, Joke Demaitre, Laurent Arnaud sera exibido pela última vez no Rio hoje, dia 5 de julho, às 19 horas, no mesmo teatro.

sábado, 4 de julho de 2009

Primeira Mesa de Debates - Inclusão e Acesso para Todos

A Organização da Sociedade Civil de Interesses Públicos ( OSCIP ) “Mais Diferenças” esteve ontem no Teatro do Jockey – Centro de Referência Cultura e Infância – para um debate sobre a necessidade da ampliação dos acessos para portadores de deficiência. Representada pelo administrador Luis Mauch, que mediou a mesa, a ONG levou ao teatro, como convidados, Marcelo Yuka e Leda Spelta. A seguir, um resumo do que foi dito pelos três componentes da mesa. Obs: o debate, assim como todas as atrações do FIL, foi filmado; o link para o video estará disponibilizado neste blog a partir do dia 13 de julho - o FIL acaba dia 12, mas suas atrações continuam vivas.

Luis Mauch “O conceito de deficiência é o de uma limitação funcional. O deficiente físico, como o Marcelo, não anda como uma pessoa sem limitação. Ele, e todos os demais deficientes físicos, invariavelmente, passam por ambientes despreparados para recebê-los. No momento, porem, em que o espaço se adapta a deficiência do Marcelo, ela simplesmente deixa de existir. O conceito é, erroneamente, ligado a pessoa. Na verdade, se o ambiente se adapta a deficiência, o acesso de todos é garantido e quem possui deficiência se torna tão apto quanto quem não tem. Deficiência é igual a limitação funcional vezes ambiente. Se a deficiência é um, e o ambiente é cinco, a deficiência é cinco. Se o ambiente, adaptado, é zero, a deficiência é, também, zero.”

Marcelo: “Eu tenho a possibilidade, como músico e espectador, de estar nos dois lados do espetáculo. A partir disso, vejo problemas que são endêmicos da cultura brasileira – e, possivelmente, de outras culturas - em relação a acessibilidade. Nós temos uma arquitetura muito elogiada pelo mundo inteiro, baseada numa percepção comunista. Um bom exemplo é Brasília, que comporta edifícios de estética muito interessante, com grandes rampas, que foram feitas com a finalidade de tornar o acesso um bem de todos. Na verdade, esse pensamento de acesso ao poder exclui os deficientes. Isso não pode ser tratado como uma questão ética, pois muito mais do que uma visao ideológica, a acessibilidade tem de ser vista sob o ponto de vista humanizante. Pelo meu ponto de vista, a acessibilidade também está cunhada em uma razão econômica. A visão comum é a de que alguém que produz e gera dinheiro tem de ter acesso. Quando você é bebê, há alguém que gera renda pra você, você não produz. O idoso enfrenta o mesmo esteriótipo e é este esteriótipo o que ainda cai sobre os deficientes de maneira geral. O acesso, para quem não gera dinheiro na visão comum, não existe em condições corretas. Ocorre, por outro lado, que, com o aumento da violência nas cidades e o aumento da tecnologia dos automóveis em relação a velocidade e tamanho, houve uma mudança, no Brasil, em relação ao deficiente. Os pobres tinham mais propensão a esse tipo de deficiência, por dificuldades numa pré-natal ou por viverem em areas mais violentas. Hoje, isso muda não por se buscar justiça, mas por classes mais consumidoras de arte estarem sendo mais lesadas também. Isso é algo muito sério a se pensar. A cultura brasileira é muito gentil. Se eu chegasse no teatro e não houvesse rampas de acesso, certamente haveria alguém pra me ajudar, e eu ficaria muito grato. Mas isso, em última análise, não é direito. Eu não quero direito a solidariedade. Isso não é prepotência, isso é o básico. Quando discutimos o acesso do deficiente à cultura, nós estamos discutindo que sociedade é essa. Isso me interessa mais. Por que e como ela pensa sobre inclusão. E por que e como ela não pensa. Quando ela pensa, eu tenho dúvidas. Quando ela não pensa, eu tenho mais dúvidas ainda.”

Leda Spelta: “A primeira questão que me vem na mente é a da audio-descrição. Se veincula a audio-descrição à importância e qualificação dos audio-descritores, pois eles tem que entrar cirurgicamente no intervalo entre os diálogos, sendo preciso muita qualidade para não atrapalhar o andamento do espetáculo. Aqueles elementos de uma cena - de um filme, uma peça, um espetáculo circense ou de dança -, que tenha elementos visuais acontecendo que sejam importantes para a compreensão da obra; tudo o que a compreensão natural seria pela visao, tem de ser substituído pelos audio-descritores. Esses recursos visuais podem ser óbvios como podem ser muito sutis, podem envolver iluminação, figurino ( … ) e, sem elas, não há a compreensão completa. O texto precisa ser criado nos intervalos em que o espetáculo permite que haja uma explicação desse gênero. Outra: se uma mulher entra no palco, a audiodescrição não pode dizer que ‘a mãe do rapaz entrou no palco`, num caso em que a identificação da personagem como `mãe` só aconteça posteriormente. É preciso que haja a explicação das informações que são dadas; nada a mais e nada a menos. O Brasil ratificou a convenção da ONU sobre pessoas com deficiência, e isso tem efeito imediato. Ela coloca aspectos interessantes sobre a cultura, sobre o direito à cidadania sobre o direito humano. Queria finalizar falando sobre uma coisa desagradável, que é o fato de não estarmos conseguindo o apoio do governo para a audio-descrição para a televisão. Esperamos que agora, um ano depois de assinarmos a convenção, isso mude. Na hora de pagar imposto a gente não paga mais ou menos. A gente paga. Os direitos nossos não podem ser maiores ou menores, tem de ser justos.”

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Atração de Abertura! - LES JARDINS D'EDEN



Hoje, às 19 horas, no Teatro Carlos Gomes, a companhia francesa de circo contemporâneo e dança l'Eolienne apresenta seu espetáculo de circo contemporâneo e dança - LES JARDINS D'EDEN - para a abertura do VII FIL. A atração, recomendada para todas as idades maiores de 6 anos, aborda poesia e conceitos metafísicos através de técnicas circences e coreográficas executadas no palco, no ar e entre os dois. A temática do espetáculo, um questionamento da noção de felicidade, trata da construção do caráter humano, da complexidade do relacionamento entre os seres e do despertar da consciência; para tudo isso, o diretor Florence Caillon sequer faz uso de diálogos – falados, é claro, pois a trilha sonora que se mostra presente quase como uma narrativa dos temas abordados e, naturalmente, a versatilidade acrobática dos seis membros do elenco dialogam entre si e com o público durante todos os oitenta minutos da obra. Uma bela estréia para um, certamente, magnífico festival.

quarta-feira, 1 de julho de 2009